Só mais um texto sobre Dreamer, Credible e Taz

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Third time is a charm querido leitor. Infelizmente a história que será contada hoje está incompleta na minha mente. Para sua sorte, caso você seja uma pessoa com um mínimo de dinheiro, algo que eu não sou, você poderá encontrá-la no WWE Network.

Inclusive, o puto do Airton TEM uma conta, mas eu acho meio deprimente implorar conta do Network. Sou mais implorar por grana mesmo.

Finesse, meus caros, é algo que falta em meu ser e neste texto é exatamente do que precisamos. ECW meus caros, tinha tudo menos classe, mas não pecava em charme, carisma, estilo e, talvez, o mais importante: fazia o fã se sentir parte do show.

Talvez isso tenha alimentado a cultura machista pau no cu de pseudo entendedores infelizes que ficam tentando chamar mais atenção que as lutas e volta e meia falam merda na internet? Provavel. Era um ambiente que incentivava o machinho escroto com masculinidade frágil? Pra porra.

Também foi um dos embriões, talvez o cristo nascido de uma foda bem dada, que ajudou a parir o cenário indy atual, agora, em sua maioria, com o bom senso para evitar machismos e toda essa bobajada que nunca fez sentido para começo de conversa.

O fato é que a marca existia e ela precisava de um rosto. Bom, rostos não faltavam, mas existia um homem ali que tinha três letras estampadas no coração e que, sem dúvida, as empunha até hoje e navalharia elas no peito se não fosse o cúmulo do mal gosto. Seu nome é Tommy Dreamer e ele é a nossa peça dois..

A peça um é a com a qual mais fico em falha neste texto, pois não conheço sua parte na história. Contudo, e isso posso dizer com certeza, conheço seu histórico e ele é nada menos que impecável. As lutas deste indivíduo me deixam ouriçado, uma vez que todos vocês sabem que eu adoro um powerhouse de maiô.

Ele atende pela alcunha de Tazz.

A terceira peça é o tempero que existe em toda tragédia: o filha da puta.


Eu preciso admitir, não sem ficar com uma certa vergonhazinha, que eu só fui entender o trocadalho no nome Justin Credible (Just Incredible) aos 19 anos de idade, vulgo ano passado. Sim, SIM LEITOR, SE VOCÊ NÃO PERCEBEU AINDA, EU SOU UM MERDA.

Eu amo um homem

Existem algumas palavras que eu nunca esqueci desde que eu vi esse segment pela primeira vez: My name is Taz, the Human Wrecking Machine, BEAT ME IF YOU CAN, SURVIVE IF I LET YOU.

O contexto é o seguinte, já que eu sou péssimo, caro leitor, e não expliquei. Tommy Dreamer nunca havia ganho o título principal da empresa e, em um momento no qual Taz estava assinando com a WWE e o ex-campeão Mike Awsome tinha ido para a WCW, aquele parecia o momento perfeito para passar a tocha

E foi

https://www.youtube.com/watch?v=FIrUur6gEj8

Até Justin Credible aparecer, o filho da puta da tragédia, o homem que aparece para estragar a vida do indivíduo comum.

Eu não tenho palavras – na verdade tenho – para dizer o quanto eu gosto desse segment por nenhum motivo além dele fazer parte de uma época em que eu tinha que procurar muito para assistir qualquer coisa.

É a famosa nostalgia do fudido.

Bom, leitores, o resto é história.

https://www.youtube.com/watch?v=NI4BQW-bHyY&t=12s
https://www.youtube.com/watch?v=t3TvqDG5Khk

Eu sou um tanto contra ficar punhetando detalhes da luta dentro do texto e é por isso que os vídeos hoje vem tão cedo.

O que me resta é comentar um pouco sobre essa fase final da ECW. Era possível ver muita energia mesmo nesta morte da empresa, era possível sentir que havia carinho no booking e que, ora porras, o Dreamer estava realmente feliz.

Colocar o Credible ali para pegar o título no último minuto é um tanto inteligente e inclusive muito bem feito. Porra, Dreamer acabava de vencer o Taz, um monstro dentro do ringue, um cara que só entrava em briga de cachorro grande. Depois de vencer ainda ganhou um abraço de seu maior rival Raven.

Imagem por fmwcelt

Estava perfeito demais para ser real e essa é EXATAMENTE a graça da ECW.

Nada era perfeito entre as quatro cordas. A câmera tremia pelas sinapses danificadas devido ao álcool e as porradas na cabeça. As regras eram flexíveis como o senso de realidade daquele lugar que comportava FBI e BWO ao mesmo tempo que tinha coisas sérias como Taz e a feud deste texto.

Tudo era questionável, menos a qualidade inegável que o Wrestling tinha naquele ambiente. Era bom porque era tosco; tosco, mas não mal feito. É algo que não podia e nem devia ser replicado. Foi feito diferente muitas vezes depois e por várias empresas diferentes. Vimos PWG e CZW, só para citar duas, que conseguiram carregar um espírito identificável consigo e ter um fandom que realmente se sentia parte da empresa.

E é isso que acontece, meu querido domingueiro – inclusive, feliz pascoa – é isso que se forma quando pessoas jovens e empolgadas se juntam com outros indivíduos de visão e pouquíssimo bom senso para fazer algo que simplesmente seus corações os manda fazer ou ele simplesmente vai tirar férias e parar de funcionar.

É brega, mas existe, coisas assim existem, filhos da puta.

Infelizmente existiu o retorno da ECW, mas isso é papo para outro dia.

O importante hoje é lembrar de três nomes e ver como personagens bem construídos podem fazer você ficar feliz e puto ao mesmo tempo. E também para deixar avisado que um dia eu vou dar com um kendo stick na cabeça do Airton igual o Justin Credible fez.

Bom dia  


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